Architecture means to visualize the genius loci, and the task of the architect is to create meaningful places, whereby he helps man to dwell.

Christian Norberg-Schulz


Genius Loci - O Lugar como construção humanística

Dissertação para obtenção do grau de Mestre

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Universidade Lusíada de Lisboa

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Faculdade de Arquitectura e Artes -

Duarte Filipe Brasil Paiva -

Lisboa, 2009

II. Epígrafe

...convém pôr em evidência aqueles aspectos singulares, emergentes, aquelas relações que podemos ver nas respectivas e recíprocas fronteiras. Talvez nos possamos aperceber melhor de qualquer coisa deste lugar, que por vezes nos parece só silêncio, olhando-o de outro ângulo, através dos aspectos que nele penetram com contornos por certo não já racionais mas mais familiares, mais conhecidos; (...) Estes contornos dizem respeito à individualidade dos monumentos, da cidade, das construções e, por conseguinte, à individualidade e aos seus limites, onde começa e onde acaba; referem-se à relação local da arquitectura, ao lugar de uma arte, portanto, às relações e à própria precisão do locus como um facto singular determinado pelo espaço e pelo tempo, pela sua dimensão topográfica e pela sua forma, por ser sede de vicissitudes antigas e novas, pela sua memória.

Aldo Rossi , A Arquitectura da Cidade

2. O Conceito de Genius Loci – o lugar como construção humanística

2.1. Introdução ao Capítulo

Diferentes lugares têm diferentes identidades. Tal diferença é suficientemente forte para identificar-se propriedades básicas das imagens exteriores da maioria das pessoas presentes, fazendo-as sentir que pertencem ao mesmo Lugar.

“In the past, the place was that obvious presence that transmitted identity to its inhabitants.”[1]

Seguindo esta ideia poderemos afirmar que desde os tempos mais remotos o Lugar dá sentido ao assentamento da vida humana. Este fornece o suporte para a nossa expressão e encontro com a terra e permanência debaixo do céu. A própria noção de existência de um indivíduo implica a existência de um lugar pois não se existe abstractamente. Porém o “como estamos no lugar” será a questão mais pertinente e que está associada à identidade do Lugar, ao seu carácter, ou seja, ao seu Genius Loci. É fundamental a compreensão que os lugares são possuidores de um Espírito, de uma Identidade e que isso os torna únicos e onde o indivíduo também é único.

“In general, nature forms an extended comprehensive totality, a «place», which according to local circumstances has particular identity. This identity or «spirit», may be described by means of kind concrete, «qualitative» terms.”[2]

Com a presença humana, o lugar natural e o lugar construído estão, ou devem estar, em ligação recíproca; pela intervenção humana transforma-se num só Lugar. O resultado será o Lugar Habitado pelo Homem possuidor de um carácter comum. Pois não podemos habitar verdadeiramente um lugar qualquer, isto implica um conjunto de qualidades e relações.A presença humana liga-se a um carácter particular, e produz também um carácter, e cria uma forma de estar e usar que resulta das características específicas e das diferentes acções inseparáveis ao acto de apropriação do lugar que acontece pela arquitectura e pela sua compreensão do que já existia.

O ambiente urbano característico e particular a uma qualquer cidade histórica revela o seu próprio carácter, com o qual se identificam os seus habitantes. Qualquer paisagem também possui o seu carácter, de tipo particularmente original, o que é relevante na afirmação do carácter de qualquer Lugar.

Para Norberg-Schulz o acto mais básico da arquitectura é o de compreender a “vocação” do lugar. Desta forma protegemos a terra e tornamo-nos nós mesmos parte de uma totalidade compreendida. A arquitectura é a concretização doGenius Loci.

O ambiente urbano característico e particular a uma qualquer cidade histórica revela o seu próprio carácter, com o qual se identificam os seus habitantes. Qualquer paisagem também possui o seu carácter, de tipo particularmente original, o que é relevante na afirmação do carácter de qualquer Lugar.

Para Norberg-Schulz o acto mais básico da arquitectura é o de compreender a “vocação” do lugar. Desta forma protegemos a terra e tornamo-nos nós mesmos parte de uma totalidade compreendida. A arquitectura é a concretização doGenius Loci.

(...)


[1] NORBERG-SCHULZ, Christian;Architecture, Presence, Language, Place, Ed. Skira, Milão, 2000, p.28

[2] NORBERG-SCHULZ, Christian,Genius Loci, Towards a Phenomenology of Architecture, Ed. Rizzoli, New York, 1980, p.10.

2.2. Genius Loci

O termo Genius Loci refere-se ao espírito do lugar. Originalmente este conceito aparece no período Romano associando um génio ao lar. Ou génio do lugar. Lugar que é habitado e frequentado pelo homem. Ou seja, o lugar com um carácter, uma alma ou identidade própria. Os romanos antigos acreditavam que existia um espírito do lugar – o Genius Loci (genius – espírito, loci – lugar), e guardião de cada cidade. Cada lugar onde ocorria vida tinha o seu próprio genius, que se manifestava tanto no local como na configuração espacial e na caracterização da articulação. E este espírito dá vida às pessoas e aos lugares e determina o seu carácter. A própria identidade humana pressupõe uma identidade do lugar.

“Genius Loci is a Roman concept. According to ancient Roman belief every «independent» being has a genius, its guardian spirit. This sprit gives live to people and places, accompanies them from birth to death, and determines their character or essence.”[1]

Modernamente, Genius Loci tornou-se uma expressão recebida pela teoria da arquitectura para definir uma abordagem fenomenológica do ambiente e da interacção entre lugar e identidade. Este conceito é proposto e passado para a arquitectura por Christian Norberg-Schulz.

Genius Loci diz respeito, portanto, à expressão conjunta das características naturais e construídas. O conjunto de características, naturais, de luz, morfologia, materiais, bem como socioculturais, arquitectónicas, de linguagem, de hábitos que caracterizam um lugar, um ambiente, uma cidade. Indica o "carácter" do Lugar. É a manifestação das forças desse lugar, das suas qualidades locais e revelação de um carácter transposto para a vivencia do Homem. (fig. 1, 2 e 3) Não se resume simplesmente às forças da economia, sociedade, politica e cultura, é, antes de mais, a expressão de um carácter inerente ao próprio lugar natural. Esse carácter deve sim ser usado pelas forças do homem na construção do “seu lugar” em vez de o tentar subjugar. O resultado será então um lugar com um espírito e identidade promovido pelo carácter que origina o Genius Loci. Caso contrário levará apenas à perda de identidade e resultará num lugar improvável de habitar.

“…the economic, social, political and cultural conditions do not produce the meanings concretized by the man-made place. The meanings are inherent in the world, and are in each case to a high extent derived from the locality as a particular manifestation of «world»”.[2]

Para Norberg-Schulz, arquitectura significa perceber o Genius Loci e o trabalho do arquitecto é produzir lugares com significado que nos permita existir, viver, levando-nos ao habitar. Portanto a função do arquitecto, a mais íntima, é a de criar espaços com significado, que oferece ao homem a possibilidade de habitar.

“Architecture means to visualize the genius loci, and the task of the architect is to create meaningful places, whereby he helps man to dwell.”[3]


[1] NORBERG-SCHULZ, Christian, Genius Loci, Towards a Phenomenology of Architecture, Ed. Rizzoli, New York, 1980, p.18.

[2] NORBERG-SCHULZ, Christian, Genius Loci, Towards a Phenomenology of Architecture, Ed. Rizzoli, New York, 1980, p.170.

[3] Idem, p.5.


2. Veneza; fonte: autor

3. Vista do Porto sobre rio Douro e margem Sul; fonte: autor

Os romanos acreditavam na existência protectora do lugar e do Ser. Era a partir dessa premissa que se adquiria a essência e o carácter do lugar. Por exemplo um campo militar romano, de forma quadrada, era considerado um espaço de ataque, mas simbolizando a ordem universal, o Homem está no lugar não no sentido geométrico mas no sentido existencial, sagrado, em que cada aspecto tem o seu carácter e significado, fazendo parte do seu quotidiano. Portanto fazer e pensar arquitectura, segundo Norberg-Schulz, significa uma visualização do Genius Loci.

O termo é ainda utilizado por Aldo Rossi quando refere a preocupação com o local e das suas futuras construções. Rossi refere também várias vezes a arquitectura e lugar como uma combinação íntima e essencial.

“Na ideia geral da arquitectura participa também o lugar como espaço singular e concreto.”[1]

Para Norberg-Schulz existe uma relação profunda entre Homem e Lugar pois movendo-se através dos espaços, pode frequentemente reviver as emoções relacionadas com estes de encontros anteriores, ou aplicar modelos de lugares anteriormente visitados. Estas emoções estão associadas ao visitante. No entanto, também fica claro que o próprio lugar tem um carácter próprio, um estado emocional, independente do estado de espírito do visitante no momento do encontro. Isto é o sentido do espírito do lugar, Genius Loci.

A identidade está directamente ligada às qualidades que um lugar apresenta e aos seus significados. O Lugar é a base para a manifestação concreta da existência do homem, e a sua identidade encontra-se dependente da sua ligação e pertença ao Lugar. É necessário criar uma “amizade” com o Lugar.

“The place is the concrete manifestation of man´s dwelling, and his identity depends on his belonging to places.”[2]

E quando o Genuis Loci é forte este predomina acima dos ciclos das mudanças políticas, sociais e culturais. Tal resulta, por exemplo, para cidades como Roma, Paris, Moscovo ou Lisboa. Certamente, a “verdadeira grande cidade” caracteriza-se por um Genius Loci especialmente marcante. (fig. 4) Isto mostra também que, apesar das mudanças que o tempo pode promover, a identidade pode-se manter e até ser fortalecida pelo tempo e história pois torna-se também um valor fundamental para essa identidade. Há sempre profundos registos humanos cravados no espaço e no tempo.



[1] ROSSI, Aldo, citando Viollet-Le-Duc

[2] NORBERG-SCHULZ, Christian, Genius Loci, Towards a Phenomenology of Architecture, Ed. Rizzoli, New York, 1980, p.6.


4. Roma, vista do Vaticano; fonte: autor

2.3. Habitar, Lugar e Carácter

Norberg-Schulz apresenta o conceito de habitar de Heidegger relativamente ao conceito romano para definir lugar e propondo assim uma visão contemporânea do Genius Loci. Para este autor o Homem habita quando se pode orientar e identificar-se com um ambiente, e quando experimenta o ambiente com significado. Habitar, portanto, ultrapassa a simples necessidade de “protecção”. Implica que os espaços onde a vida acontece são “lugares”, no verdadeiro sentido da palavra.

“Man dwells when he can orientate himself within and identify himself with an environment, or, in short, when he experiences the environment as meaningful. Dwelling therefore implies something more than a «shelter».”[1]

Logo habitar é entendido muito para além da ideia primitiva e recorrente de abrigo e acontece em espaços com carácter distintivo, em lugares existencialmente identificativos. A identidade do Homem depende directamente da sua pertença a um lugar e este é a manifestação concreta do habitar do Homem.

“Parece que só é possível habitar o que se constrói. Este, o construir, tem aquele, o habitar, como meta. Mas nem todas as construções são habitações. Uma ponte, um hangar, um estádio, uma usina eléctrica são construções e não habitações; a estação ferroviária, a auto-estrada, a represa, o mercado são construções e não habitações. Essas várias construções estão, porém, no âmbito de nosso habitar, um âmbito que ultrapassa essas construções sem limitar-se a uma habitação.”[2]

O conceito de habitar encontra-se directamente relacionado com a própria existência do Homem, sendo essa a intenção da arquitectura, criar as condições para que o Homem habite, dando-lhe significado e vida. Norberg-Schulz cria assim o conceito de dimensão existencial. Este conceito compreende as relações básicas entre o Homem e o seu meio envolvente. Aqui o autor procura um entendimento qualitativo e fenomenológico fazendo que esta dimensão não seja apenas determinada directamente pelas condições sócio-económicas, que podem facilitar ou possibilitar um suporte para a realização de certas estruturas existenciais, oferecendo o espaço para a vida “ter lugar”, porém não determinam necessariamente os seus significados existenciais. As condições sócio-económicas funcionam como uma imagem do “ter lugar”. A realização existencial concretiza-se pela estrutura do nosso “estar-no-Lugar”.

“The existential dimension is not «determined» by the socio-economical conditions, although they facilitate or impede (self-) realization of certain existential structures. (…) In general the concretization of the existential dimension depends on how things are made,..”[3]

A dimensão existencial manifesta-se também pela história mas ultrapassa as situações históricas. Isto porque a história apenas se torna significante se mostrar uma nova concretização da dimensão existencial. O gesto da construção é permanente ou a sua dimensão existencial extingue-se.

A dimensão existencial não pode ser compreendida apenas por causa das necessidades do Homem, mas antes unicamente como resultado da sua interacção e influência recíproca com um ambiente que o rodeia, que tem de compreender e aceitar.

O autor introduz ainda os conceitos de espaço e carácter para sustentar a dimensão existencial. Não basta haver só referências físicas, temos que olhar para o Lugar mediante uma simbologia e particularmente pelo seu carácter, que dá a dimensão existencial. Com o espaço o autor entende que este mostra a estruturação tridimensional dos elementos que constituem o Lugar. O carácter constitui-se através das suas propriedades. Estas duas categorias associadas revelam-nos o espaço vivenciado, o espaço habitado e identificado com um colectivo humano.

Podem existir organizações espaciais semelhantes mas que possuem caracteres muito diferentes, revelados pelo particular tratamento dos elementos definidores do espaço criado pelo Homem, do seu limite, e do seu ambiente natural envolvente. A própria organização espacial do Lugar põe certos limites à sua caracterização, o que torna os dois conceitos interdependentes.

“In general the concretization of the existential dimension depends on how things are made,..”[4]

“The character of the place is to a high extent determined by how this standing and rising is concretized. (…) Thus they constitute a genius loci which allows for human identification.”

Este autor introduz também a noção de espaço concreto. Ou seja, o espaço, para além da sua conotação com uma geometria tridimensional é também um campo perceptivo. O carácter constrói um ambiente geral identificável, enquanto a forma concreta e a substância dos elementos dão a definição espacial. O carácter é ao mesmo tempo um conceito mais geral e mais concreto do que espaço. Qualquer real presença está intimamente ligada ao carácter. O espaço é mostrado pelas três dimensões que organizam os elementos de um determinado local, é a sua condição de ser plasmado na matéria.

O carácter mostra o ambiente geral, a sua diferenciação, mesmo num espaço com funções idênticas, e é uma propriedade mais compreensiva de qualquer Lugar. As acções concretas humanas não ocorrem em espaços “mecânicos”, mas sim pela distinção qualitativa do espaço, como “subir” e “descer”, cuja noção vem de acções concretas de existir.

“Whereas «space» denotes the three-dimension organization of the elements which make up a place, «character» detonates the general «atmosphere» which is the most comprehensive property of any place.” (…) Concrete human actions in fact do not take place in a homogeneous isotropic space, but in a space distinguished by qualitative differences, such as «up» and «down».”[5]

Sob o ponto de vista da experiência existencial o espaço nunca é homogéneo. Até no Renascimento, o próprio espaço só era homogéneo na construção da perspectiva, no desenho e no plano racional abstracto.

O carácter revela-se através de uma experiencia que reconhece um Lugar. Ao visitarmos uma cidade, reconhecermos que o seu carácter é suportado de uma experiência importante, tal como o ambiente natural ou uma paisagem, possui carácter. (fig. 5 e 6)

Habitar indica uma relação total Homem-Lugar. Esta implica a distinção entre espaço e carácter em que o primeiro é suporto e transcende o segundo. Quando o Homem habita, ele é simultaneamente localizado no espaço e exposto a um certo carácter ambiental. Para ganhar a sua dimensão existencial este tem que ser capaz de se orientar, tem que saber onde está, mas também tem que se identificar com o ambiente, ou seja, tem que saber como está num certo Lugar.

“We have used the word «dwelling» to indicate the total man-palace relationship. (…) When man dwells, he is simultaneously located in space and exposed to certain environmental character.”[6]

Norberg-Schulz identifica, como funções psicológicas para habitar um Lugar e para a sua utilização, a “memória”, “orientação” e “identificação” e como aspectos da linguagem temos a “figura”, “forma” e “espaço”. Porém estes três últimos elementos não constituem em si um conjunto de regras de igual estrutura e linguagem. A figura é uma síntese dos outros dois aspectos. Corresponde ao que Kevin Lynch identifica como a “Imagem da Cidade”.

“I have defined the aspects as «memory», «identification», «orientation», and their local counterparts such as «figure», «form», and «space»; together they provide the structure of implementations,..”[7]

Este autor refere também os estudos de Kevin Lynch indicando que este teve especial atenção no que se refere à orientação, identificando alguns elementos como importantes no nosso sentido de orientação (nós, vias, bairros), bem como referindo que uma boa imagem do que nos rodeia é um forte factor de segurança e conforto emocional.

“...uma imagem clara permite ao indivíduo deslocar-se facilmente e depressa...” (...) Uma imagem clara do meio ambiente é, assim, uma base útil para o crescimento do indivíduo. (...) A imagem de um bom ambiente dá, a quem a possui, um sentido importante de segurança emocional. Pode estabelecer uma relação harmoniosa entre si e o mundo exterior.”[8]

A memória permite o reconhecimento que é fundamental para a orientação e, por outro lado, é também fundamental para a identificação, trabalha sempre num sentido de continuação no futuro. A utilização de um lugar significa muito mais do que a utilização de um determinado edifício e espaço onde se trabalha e se vive, mas sim um uso do lugar em si mesmo. Usar o lugar significa que “precisa” e “sabe” usar. Ou seja, é capaz de o usar e desfrutar dele. Não significa apenas uma utilização prática, como ir à escola, significa que essa utilização é um ponto de suporte existencial e expressa a nossa forma de “estar-no-Lugar”. E isto está relacionado com as funções psicológicas e experienciais já apresentadas. A memória é um dos elementos mais importantes pois é esta que permite orientar e identificar retendo assim a experiencia.

Embora seja importante o acontecimento da orientação, é a identificação com o ambiente que dá origem ao habitar. Não chega reconhecer caminhos ou objectos, é necessário que estes nos falem do Lugar. Estes dois conceitos podem ser até certo ponto independentes mas requerem uma relação entre si, como complemento, pertencente à apropriação e à criação do Lugar. Até poderá ser possível, embora nunca plenamente, a nossa orientação num lugar sem que tenhamos que nos identificar com este, nem existir um completo conhecimento da sua estrutura. Porém são as duas vivencias em simultâneo que nos permite reconhecer e interpretar o Lugar. Ao identificarmo-nos com um lugar assumimos, perante ele, um certo sentido de pertença e de identidade reforçados pela compreensão que temos do espaço que nos é dado pelo sentido imprescindível da orientação com significado.

Só assim percebemos o Lugar na sua verdadeira essência, pois não é só através da ciência que descobrimos a nossa dimensão existencial, mas através de símbolos utilizando a arte, que expressa intimamente a existência humana e pela representação dos acontecimentos da vida com significado. Situarmo-nos num lugar requer uma escolha existencial, estando de acordo com as nossas funções psicológicas de memória, orientação e de identificação com esse lugar e das suas situações concretas.

“…man cannot gain a foothold through science understanding alone. He needs symbols, that is, works of art which «represent life-situations».”[9]

Um Lugar pressupõe a afirmação de um determinado carácter ou ambiente. Como fenómeno qualitativo e total, tem uma abrangência que vai muito para além das suas relações espaciais. Estas, apesar de muito relevantes, não são suficientes para a caracterização e interpretação da natureza concreta do Lugar.

O carácter é determinado pela identidade própria dos objectos que constituem o Lugar, pelos fenómenos concretos que condicionam o habitar e a identificação do Homem com um ambiente.

“Any real presence is intimately linked with character. (…) The character is determined by the material and formal constitutions of the place.”[10]

Este conceito permite-nos reconhecer a realidade concreta a enfrentar através da Arquitectura, que assim cumpre a sua principal razão que é a de criar as condições para o Homem habitar através da fundação de lugares com significado.

Norberg-Schulz refere também que o Lugar é mais do que uma localização, muito menos abstracta, e este é entendido por uma totalidade feita por coisas concretas, como materiais, forma, textura e cor, que juntas determinam o carácter ambiental, o carácter do meio envolvente.

O autor refere a cidade de Urbino, Itália, como exemplo de tradução do ambiente envolvente para a estrutura construída e os seus edifícios. (fig. 7 e 8)

“The undulating movement of the ground reappears in the streets and the wall, and the materials of the earth correspond to the local brickwork. In this way, the settlement is configured as an integral part of the landscape, expressing the human presence at the same time.”[11]



[1] NORBERG-SCHULZ, Christian, Genius Loci, Towards a Phenomenology of Architecture, Ed. Rizzoli, New York, 1980, p.5.

[2] HEIDEGGER, Martin, Ensaios e conferências, Ed. Vozes, Rio de Janeiro, 2001, p.125.

[3] NORBERG-SCHULZ, Christian, Genius Loci, Towards a Phenomenology of Architecture, Ed. Rizzoli, New York, 1980, p.6.

[4] NORBERG-SCHULZ, Christian, Genius Loci, Towards a Phenomenology of Architecture, Ed. Rizzoli, New York, 1980, p.6.

[5] Idem, p.11.

[6] Idem, p.19.

[7] NORBERG-SCHULZ, Christian; Architecture, Presence, Language, Place, Ed. Skira, Milão, 2000, p.125.

[8] LYNCH, Kevin, A Imagem da Cidade, Ed. 70, Lisboa, 2008, p.12.

[9] NORBERG-SCHULZ, Christian, Genius Loci, Towards a Phenomenology of Architecture, Ed. Rizzoli, New York, 1980, p.5.

[10] Idem, p.14.

[11] NORBERG-SCHULZ, Christian; Architecture, Presence, Language, Place, Ed. Skira, Milão, 2000, p.47.


7. Urbino, Itália; fonte: autor

8. Urbino, Itália; fonte: autor

Os Lugares são o suporte concreto das actividades humanas e estas exigem ambientes diferentes para que possam acontecer. Mas, como já entendido, não se trata apenas de uma dimensão quantitativa e funcional pois mesmo que os actos humanos sejam semelhantes, estejam eles relacionados com as mais básicas funções humanas, estes acontecem de formas muito diferentes exigindo assim espaços com propriedades diferentes que advém de diferenças culturais e ambientais. Logo o “aqui” tem uma identidade particular mesmo que cumprindo uma função semelhante. Não é possível apenas quantificar, existem qualidades pertencentes aos lugares.

Num espaço interior o carácter é-nos oferecido pelo sentido de protecção e conforto que a luz e ambiente controlado nos podem oferecer em contraste com um exterior agressivo e desconfortável. (fig. 9) No fundo, “um exterior” que não está controlado pelo indivíduo. Portanto, temos no interior a associação de um conjunto de condições para que seja possível a vida ter lugar. Donde, uma cidade também é um Lugar “interior”.

Por exemplo podemos ter os caracteres particulares associados directamente a tipologias arquitectónicas: Habitação – protectora; Espaço desportivo – activo; Igreja – solene; Escritório – funcional.

Podemos ter também o carácter do Lugar directamente relacionado com o tempo em que se expressa de forma diferente com a mudança das estações, com o passar do dia, com o clima e, por estes factores, com as condições diferentes da luz. O tempo é um acontecimento fundamental para o carácter do Lugar. A luz é o acontecimento mais abrangente e comum de qualquer Lugar, bem como o mais variável. A luz muda com o decorrer do dia e ao longo do ano.

Todos os diferentes períodos do dia são marcados pela luz que por sua vez marca também diferentes ritmos humanos e naturais. Manhã e tarde, dia e noite. Possibilitando também uma orientação temporal.

É verdade que estes ritmos temporais não mudam os elementos básicos e estáveis do Lugar, mas contribuem significativamente a forma de os reconhecer e definir um carácter. Portanto temos os ritmos temporais, dados pela luz, como elemento fundamental no carácter do Lugar. (fig. 10)


9. Passagem inferior, Belém, Lisboa; fonte: autor

10. R. Garrett, Lisboa; fonte: autor

Fala-nos assim da constituição morfológica do Lugar e dos materiais que este suporta. Esta condição é fundamental também para a estabilidade e reconhecimento do seu carácter e dos seus limites. Entendam-se os limites a terra e o céu. Com isto, a sua arquitectura é outro elemento base pois é também construtora de carácter e é por esta que o individuo se estabelece no Lugar.

“Due to its relationship with the genius loci, the relationship of sky and earth with the passage of time as well remains the common denominator of basic elements, and therefore maybe be considered as the origin of architecture,..”[1]

O carácter pode também ser-nos dado pelo modo como esses edifícios, ou outros elementos, são construídos tecnicamente. O que isto significa é que a tradição e a cultura do Lugar estão também, pela técnica e pela tecnologia, em comunhão. O lugar pode então participar na forma directa de construir e estabelecer, pela utilização de técnicas construtivas e aplicação de materiais locais ou pela forma como os materiais não locais são transformados e utilizados pela técnica e tecnologia locais.



[1] NORBERG-SCHULZ, Christian; Architecture, Presence, Language, Place, Ed. Skira, Milão, 2000, p.91.


11. Lisboa vista da Trafaria; fonte: autor

Como breve exemplo recorro ao movimento Arts and Crafts[1] que poderá ser demonstrativo, pelo menos em parte, de uma realização técnica e tecnológica com significado e sentido artístico e de ligação ao lugar que é determinante para a produção de um carácter. Em oposição à crescente produção industrial desprovida de qualidade e arte, assim era entendido, porque a quantidade era a regra. Recorro a este movimento como exemplo dos elementos e princípios que podem ter algum interesse exemplificativo no tema que aqui está a ser desenvolvido.

Temos como obra primeira deste movimento, The Red House[2], pela sua relação espacial, interior e exterior, sensibilidade com o lugar, para com os materiais locais e transformação de outros e construção tradicional como elementos decisivos no carácter de um Lugar.

“Any real presence is intimately linked with character. (…) The character is determined by the material and formal constitutions of the place.”[3]

Temos pela implantação o factor decisivo na determinação do carácter dessa paisagem urbana. Como o edifício toca no chão, a sua relação com o céu, os seus limites físicos, fachadas, as cores, telhados, portas, varandas, etc. Pelo conjunto de edifícios e destas suas características temos então um agregado poderoso na constituição do carácter dessa paisagem urbana e da sua imagem.

O carácter do lugar construído pelo Homem é determinado pela forma como o assentar e o elevar é concretizado – como assenta no chão e se eleva para o Céu. O próprio carácter do lugar natural é transportado pelos edifícios cujas propriedades individuais o manifestam de forma espontânea ou mesmo intencional. Os potenciais significados presentes ao ambiente original são relevados na transformação de um sítio num Lugar como um propósito existencial de construir com a arquitectura. Isto é real também para uma cidade e não apenas um edifício. Quando uma cidade nos marca pelo seu carácter distintivo, pela forma que a maioria dos seus edifícios tocam no chão e se erguem em direcção ao céu, eles expressam uma forma comum de estar no Lugar.

“Buildings are furthermore related to their environment by resting on the ground and rising towards the sky.”[4]

01“The character of the place is to a high extent determined by how this standing and rising is concretized. (…) Thus they constitute a genius loci which allows for human identification.”[5]



[1] Arts and Crafts foi um movimento social e artístico que surge na Inglaterra, na segunda metade do século XIX. Defendia o artesanato criativo contra a crescente industrialização. Este movimento tem como grande referencia o socialista William Morris.

[2] The Red House – A Casa em tijolo vermelho tem como preocupação fundamental a utilização de materiais locais, construção e métodos tradicionais e as particularidades da localização. Projecto do arquitecto Philip Webb, Bexley Heath, Kent, 1859.

[3] NORBERG-SCHULZ, Christian, Genius Loci, Towards a Phenomenology of Architecture, Ed. Rizzoli, New York, 1980, p.14.

[4] NORBERG-SCHULZ, Christian, Genius Loci, Towards a Phenomenology of Architecture, Ed. Rizzoli, New York, 1980, p.10.

[5] Idem, p.63 e p.64.


14. Veneza; fonte: autor

15. Roma, vista do Vaticano; fonte: autor

Norberg-Schulz afirma que a implantação é uma tentativa de traduzir o entendimento do ambiente na arquitectura, para que a utilização do lugar possa ocorrer, e o ambiente natural possa ser reconvertido num ambiente cultural. O contexto existente inclui também o trabalho existente do homem, portanto todos os novos edifícios devem ser desenvolvidos em relação com os que já existem.

“...implementation is tantamount to translating the landscape that has been understood into architecture, so that the use of place can be attained, and a natural landscape can be transformed into a cultural landscape. The existing context includes the works of man as well, and every new building should be considered in relationship with those already exist as well.”[1]

Podemos também ter determinadas qualidades que são fundamentais para o Carácter construído.

Por exemplo, podemos ter uma arquitectura leve, aberta e transparente ou pesada e fechada, originando assim também diferentes significados e diferentes formas de articular e estruturar. Estas são determinadas pelo modo como o edifício assenta na Terra e como se ergue para o Céu, como recebe a luz, como filtra a passagem das pessoas ou a sua visão e também o que isso simboliza. A religião esteve, por exemplo, desde sempre, associada à verticalidade afirmativamente expressa na sua arquitectura.

Kevin Lynch apresenta no seu livro A Imagem da Cidade (1960) várias qualidades que o desenho urbano pode desenvolver. Nomeio como exemplo o Alcance visual.

“...qualidade que aumentam ou organizam uma possibilidade de visão, quer real quer simbólica. Estas incluem transparências (vidros ou edifícios assentes em pilares)...”[2]

O carácter pode também, e está em muitos casos, ligado a um determinado estilo de arquitectura, um período da nossa história que produziu uma imagem semelhante, individualmente colectiva, formando assim um conjunto que expressa uma linguagem comum.



[1] NORBERG-SCHULZ, Christian; Architecture, Presence, Language, Place, Ed. Skira, Milão, 2000, p.28.

[2] LYNCH, Kevin, A Imagem da Cidade, Ed. 70, Lisboa, 2008, p.110.

6. Conclusão

O despertar para o tema desenvolvido ao longo deste trabalho, passou pela questão colocada na introdução, sobre o que era a “Alma de uma cidade”. Transformei o “lugar cidade”, num lugar sem uma denominação específica, embora estivesse sempre presente que um lugar é sempre concreto. Existem muitos lugares, mais do que existem cidades. Mesmo dentro desses lugares, existem muitos outros. Estes fornecem o suporte para a nossa expressão e encontro com a terra e permanência debaixo do céu. A noção de existência de um indivíduo implica também a existência de um lugar. Não se existe abstractamente, é-se sempre alguém e existe-se sempre num lugar.

Mas, não basta haver um lugar para que esse seja susceptível de ser habitado. Para habitar, o Homem tem que se identificar com o ambiente que o rodeia, têm de se apropriar dele e isso, já é um construir. Isso requer uma escolha de “como estamos no lugar”, implica uma tomada de consciência. Essa tomada de consciência torna-se fundamental para tornar um lugar, num espaço vivenciado pelo reconhecimento da sua identidade e carácter.

É necessário trazer à reflexão aqueles aspectos singulares, caracterizadores, e as respectivas relações que são perceptíveis, mas que nem sempre são obviamente compreendidas. Uma textura, uma luz, uma topografia marcante ou um rio são fenómenos objectivos que importam compreender. Alguns lugares ganham a sua identidade por uma particular localização, sem que a intervenção do Homem seja muito importante. Pode também ser pelo carácter conjunto produzido pela arquitectura de uma cidade, ou por um edifício, rua, pontos marcantes, monumentos. Estes elementos constituintes do lugar natural e construído são responsáveis pela identidade do Lugar, pelo seu carácter, ou seja, pela expressão do seu Genius Loci. Os lugares são possuidores de um Espírito, de uma identidade e isso torna-os únicos, fazendo com que o indivíduo também seja único, e, por conseguinte aproxima-os das qualidades do Objecto de Arte e torna a Arquitectura um meio privilegiado na construção do lugar.

A rápida identificação da força imanente de um lugar, mesmo antes da intervenção humana, é um indicativo do seu Genius Loci. A percepção e a interpretação dessa força e vocação do lugar, possibilita a construção de um mesmo, permitindo o Homem existir.

É através da arquitectura que o Homem produz uma presença concreta, um construir objectivamente estético, logo poético. Revela a sua forma de viver e de estar numa determinada época, fazendo com que a sua presença diária no mundo possa ser uma experiência com significado. Para isso, a prática da arquitectura significa perceber o Genius Loci, criando lugares com significado. Isto é, deve falar das pessoas, da sua sociedade, das suas aspirações, tradições, história e também de todo o conjunto natural. A qualidade de um Lugar deve-se ao efeito combinado entre local e indivíduo e, por inerência, engloba toda a actividade ou sociedade humana, mas o seu significado sente-se primeiramente e fortemente no plano individual, da sua experiência e da construção mental.

Concluo que um lugar não é simplesmente um fenómeno estático, preso e pouco possível de sofrer metamorfoses. Mesmo um lugar com um Genius Loci forte é possível que este percorra diferentes etapas e alterações no espaço e no tempo. Isto pode também significar que, em determinadas épocas, se deram diferentes valores a distintos aspectos que constituem o génio do lugar. Portanto, o próprio Genius Loci também pode ser temporalmente construído ou alterado pela arquitectura – ser recriado ou reinventando –, porque possui, no conjunto que sintetiza uma força que transcende os elementos que constituem o lugar, que individualmente considerados poderão ter uma natureza fragmentária. A arquitectura como criação que é, como fenómeno novo que é introduzido num lugar, pode mudar a forma de se “estar no lugar” e de interpretar todos os elementos instáveis, estáveis e permanentes do lugar, sem que isso retire a sua identidade. Pode-se, assim perceber a mesma força inerente à criação própria do Objecto de Arte, reconstruir novas identidades.

Em última instância, conclui-se que o Genius Loci é susceptível de ser recriado ou construído onde a intervenção pelo projecto é inevitável para a sua expressão final, embora a sua essência não se esgote no projecto construído. O projecto é activo na construção do lugar estético e do lugar poético e esta é a vocação da Arquitectura.

V. Sumário

I. Agradecimentos ................................................................................................................. 1

II. Epígrafe ............................................................................................................................ 3

III. Resumo ............................................................................................................................ 5

IV. Lista de Imagens ........................................................................................................ 7-11

1. Introdução................................................................................................................... 17-24

2. O conceito de Genius Loci o lugar como construção humanística........................... 25-52

2.1. Introdução ao Capítulo .............................................................................................................................................. 27-28

2.2. O Genius Loci ........................................................................................................................................................... 29-33

2.3. Habitar, Lugar e Carácter .......................................................................................................................................... 34-50

2.4. Conclusão do Capítulo .............................................................................................................................................. 51-52

3. A Arquitectura na construção de Lugar e criadora de identidade.......................... 53-102

3.1. Introdução ao Capítulo .............................................................................................................................................. 55-58

3.2. Os factos e elementos urbanos .................................................................................................................................. 59-61

3.3. Legibilidade ............................................................................................................................................................... 62-66

3.4. Imaginabilidade ......................................................................................................................................................... 67-68

3.5. Significado ..................................................................................................................................................................... 69

3.6. A Aldeia da Luz como exemplo de perda de Significado .......................................................................................... 70-72

3.7. Os elementos de uma estrutura urbana ........................................................................................................................... 73

3.7.1. Vias ........................................................................................................................................................................ 73-77

3.7.2. Limites ................................................................................................................................................................... 78-79

3.7.3. Bairros ................................................................................................................................................................... 82-82

3.7.4. Cruzamentos........................................................................................................................................................... 83-84

3.7.5. Pontos Marcantes ................................................................................................................................................... 85-89

3.8. Sentido ...................................................................................................................................................................... 90-99

3.9. Conclusão do Capítulo .......................................................................................................................................... 100-102

4. Os não-lugares de Marc Augé................................................................................ 103-122

4.1. Introdução ao Capítulo ......................................................................................................................................... 106

4.2. Definição de não-lugar .................................................................................................................................. 106-107

4.3. Conceito de Sobremodernidade .................................................................................................................. 108-113

4.5. Exemplo de não-lugar: IKEA Alfragide ..................................................................................................... 114-120

4.6. Conclusão do Capitulo................................................................................................................................... 122-123

5. O meu projecto na interpretação do Genius Loci da Trafaria............................... 123-164

5.1. Introdução ao Capítulo ......................................................................................................................................... 125

5.2. A Trafaria – elementos do seu Genius Loci .............................................................................................. 127-128

5.2.1. O Rio Tejo .................................................................................................................................................... 129-130

5.2.2. Paisagem de Lisboa .................................................................................................................................... 130-131

5.2.3. A Luz ............................................................................................................................................................. 132-133

5.2.4. A Topografia ........................................................................................................................................................ 144

5.2.5. A Estrutura Urbana e o Construído ......................................................................................................... 137-147

5.3. O meu Projecto participa no Genius Loci?................................................................................................. 148-161

5.4. Conclusão do Capítulo.................................................................................................................................. 162-164

6. Conclusão................................................................................................................ 165-170

7. Bibliografia.............................................................................................................. 171-172

7. Bibliografia

Livros

AUGÉ, Marc, Não-Lugares – Introdução a uma Antropologia da Sobremodernidade, Ed. 90º, Lisboa, 2007.

BENEVOLO, Leonardo, História da Cidade, Ed. Perspectiva, S. Paulo, 4ªEd. 2005.

DAMÁSIO, António; Ao Encontro De Espinosa, Publicações Europa-América, 2003.

GOITIA Fernando Chueca, Breve História do Urbanismo, Editorial Presença, Lisboa, 2006.

HEIDEGGER, Martin, Ensaios e conferências, Ed. Vozes, Rio de Janeiro, 2001.

IKEA Design Democratique, IKEA of Sweden,1995.

LYNCH, Kevin, A Imagem da Cidade, Ed. 70, Lisboa, 2008.

LYNCH, Kevin, A Boa Forma da Cidade, Ed. 70, Lisboa, 2007.

NESBITT, Kate, Uma nona agenda para a arquitectura, Cosac y Naify, 1965-1995.

NORBERG-SCHULZ, Christian; Architecture, Presence, Language, Place, Ed. Skira, Milão, 2000,

NORBERG-SCHULZ, Christian, Genius Loci, Towards a Phenomenology of Architecture, Ed. Rizzoli, New York, 1980.

PIRES, Amílcar de Gil, Arquitecto, Professor Auxiliar da F.A.U.T.L. Carácter da Arquitectura e do Lugar, ARTiTEXTOS06. JULHO 08.

ROSSI, Aldo, A Arquitectura da Cidade, Ed. Cosmos, Lisboa, 2001.

Artigos, Entrevistas e Estudos

DAMÁSIO, in Programa "Grande Entrevista" RTP1, 2 de Abril de 2009.

COPRANET - Workshop Costa da Trafaria – os desafios da participação activa.

Jornal da Região, edição de Almada 72, 13 a 19 de Março de 2008;

PROCESSO DE PROJETO PARTICIPATIVO: CRIAÇÃO EM ARQUITETURA SÓCIO AMBIENTAL PARA O NÚCLEO AMIGOS DA TERRA (CASANAT), Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Universidade Luterana do Brasil,

REINO, João Pedro; Coutinho DUARTE, Lucinda; de Azevedo ANTUNES, Manuel - ALQUEVA E ALDEIA DA LUZ: QUE FUTURO? CEPAD – Centro de Estudos da População, Ambiente e Desenvolvimento, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Lisboa.

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